Para que os homens encontrem a paz, é preciso que negociem suas diferenças, porque delas provém o conflito.
Repelir o diferente pode até ser natural. Vivemos mais confortáveis na identificação com os iguais. Somos melhor compreendidos e nos expressamos dentro de um código em comum. Até os animais são assim.
Por isso, a tendência é de, as pessoas que tem a mesma profissão, andarem juntas. Da mesma forma as que praticam esportes em comum, frequentam a mesma religião ou são da mesma nacionalidade ou etnia acabam se aproximando mais.
A gente se sente em casa quando encontra alguém que partilha nem que sejam as mesmas ideias. Ter uma visão de mundo mais próxima gera tranquilidade e nos faz sentir mais vivos e protegidos.
Partilhar das mesmas experiências gera empatia, causa um sentimento de pertença.
Conviver com iguais promove maior autoaceitação, ficamos mais de bem com quem somos e com a vida.
Entretanto, as desavenças começam quando se coloca valor subjetivo nas diferenças e igualdades. Quando eu acredito que meu código, meus costumes e as minhas verdades valem mais do que a do outro. Que elas não podem existir simultaneamente. Como se uma anulasse a outra.
Pioram quando eu me sinto no direito de menosprezar e desrespeitar os valores diferentes dos meus. E crio uma hierarquia humana calcada na minha soberba que erroneamente me autoavalia superior.
A primeira etapa é a opressão. Um grupo submete o outro. A segunda etapa é a contrapressão. Onde o povo reprimido reage. Então, entram em uma luta de forças calcada em ódios, vinganças, rancores e violência.
Valores que não representam a existência criada por Deus.
Consequentemente, os povos buscam se armar com ideologias e munições. E brigam até alcançarem existir um equilíbrio. É quando resolvem negociar. Criam regras e fazem acordos de paz. Que podem perdurar ou serem intermitentes.
Por outro lado, a paz de Deus não exige condições prévias.
O bem comum não é uma regra, mas a natureza do mundo criado por Ele. Exatamente por isso, Jesus foi crucificado, porque não entrou em guerra. Ele apenas sofreu as consequências torpes da ambição de poder e egoísmo dos homens.
A munição que Deus distribui são as graças à alma de cada um porque Ele não constrói nada em cima de sentimentos negativos, apenas os substitui pelo valor do altruísmo. E quando nos desapegamos do corpo e dos bens materiais é que transbordamos vida e encontramos a parcimônia divina.
E somente no dia que o mundo virar um lugar de total empatia nos corações, quando a moeda mais valiosa for a caridade, apenas quando ajudar o próximo for o trabalho mais enobrecedor é que, finalmente, o homem atingirá a paz verdadeira, calcada na bem-estar do outro e não no medo de perder a guerra.
Porque feliz é o homem que encontra a sabedoria.
E o verdadeiro conhecimento é aquele que abdica dos prazeres imediatos e superficiais para encontrar sentido na caminhada em busca de um amor pela humanidade. Um sentimento que celebre o bem comum. Esse é o verdadeiro valor da existência do mundo.
Por isso, precisamos parar de viver apenas as nossas semelhanças para consolidar e respeitar as nossas diferenças. Entender que a diversidade é causa natural da genética, da localidade, da convivência e, de forma alguma, consequência de valores humanos mais ou menos qualificados. Cada um tem o seu valor.
A paz na visão dos homens diz respeito à materialidade do mundo. A satisfação do corpo e do ego. Enquanto a paz de Deus é a luz da alma, onde o campo dos sentimentos vale mais que os campos de terra. Onde vencer na vida tem a ver progredir em relação aos valores espirituais, pois estes, sim sustentam a nossa vida interior e a nossa verdadeira felicidade.
A paz dos homens é uma alegria forjada. A paz de Deus é a eterna evolução da alma.
Texto original inspirandoluz.com.br. Compartilhe o link à vontade. Utilização dos nossos artigos em sites/portais ou em vídeos e áudios é permitida, desde que com os devidos créditos ao texto e ao nosso site, de forma clara e visível. Grato pela compreensão.